[ B a K a - N e ]

Apenas mais um desabafo

Oi gente. Não estou aqui pra falar de coisas legais, não espere um post decente. Só quero me abrir. Esse meu blog sempre escutou minhas ladainhas e hoje é dia de ter uma delas aqui, só pra manter o costume. Ok?



Tudo começa com memórias que dançam na minha mente um musical de tragédia completo. Alguns trechos desse desabafo à seguir vem direto do meu sofredor e esgotante twitter (@kurasakimeiko). O resumo é: Não aguento mais essas lembranças navegando no meu cérebro como ratos numa dispensa cheio de variados tipos de queijo. É. Assim mesmo como eu me sinto.

Pra começar, sinceramente, eu fui idiota. É tudo culpa minha no final, por que sabia onde estava me metendo e me deixei aprofundar. Mas não, a incrível Malú tem o dom de achar que todos os traumas da vida e a educação totalmente controversa que a pessoa tinha iam sumir. Que magicamente, tudo que aquela pessoa aprendeu a desenvolver de ruim, eu, por ser "supostamente" a única coisa boa na vida daquela pessoa, ia conseguir mudar isso tudo. Mas não muda, não funciona assim.

Como no meu último post "recente" eu disse... Não se pode amar alguém odiando à si mesmo. E o que aconteceu foi isso no começo, dele em relação à mim, e depois de mim em relação à ele... Mas meus caros, quando a gente namora só pra aumentar nosso ego, quando o outro que tanto o aumentava começa a  incomodar por ficar "sempre triste sem razão" (até por que sua mãe agonizando na UTI não chega aos pés do que você sofreu a vida inteira), a pessoa te abandona. Por que ela já teve o que ela queria, se sentir melhor, não fazer ambos ficarem melhores. Ela te abandona no momento que talvez, você mais precise dela, pra voltar à gostar de si mesmo. Mas isso é compreensível. Só não é compreensível você ficar com alguém por pena, e quando tudo de "ruim" aparentemente sumir, dar o fora como se não fosse nada.

Isso meus caros leitores... É fraqueza. Covardia. Falta de senso moral, falta de VERGONHA NA CARA.

Meus pais me criaram com uma base rígida em sentimentos. Posso falar que tenho sorte de atualmente ter pais casados, que se amam verdadeiramente, e que mesmo com todos os problemas do mundo, inclusive doenças da minha mãe, inclusive problemas financeiros, inclusive os filhos bem criados mas tristes com o reflexo do mundo atual, eles ainda conseguem ter aquele tempo pra rir, pra se amarem, pra se apoiarem. Ouço histórias da minha mãe e você pode nem conhecer essa história dos meus pais mas pelo tom de voz dela você sabe que a mesma paixão que começou à 28 anos atrás, aos pouquinhos, ainda é a mesma hoje. Apesar do tempo, da idade. Apesar de tudo.

Confesso que isso me faz chorar. E sim, estou chorando agora, ficou normal chorar todo dia, me deixem. Por que... Sei que desde pequena a única coisa que peço é pra ter um casamento tão sólido quanto o dos meus pais. Acho que é o único desejo que faço desde o meu entendimento sobre esse sentimento imenso que me cerca. Desde, sei lá, meus 5 anos de idade sabem? E qualquer um que me conhece sabe disso, do orgulho que tenho dos meus pais e dessa minha vontade de ter a sorte que eles tiveram. Mas são outros tempos. E sinceramente falando, não existem pessoas tão humildes e sinceras quanto meu pai, ou pessoas dispostas à mudar totalmente e aguentar tanta dor pelos outros quanto minha mãe. Então, mesmo com esse enorme desejo, esse sonho... Eu perco a fé.

Voltando ao ponto principal... Meus pais me criaram com essa base sentimental forte justamente pra aguentar esse peso do mundo e ainda assim, sorrir. Ainda assim dizer obrigado aos vendedores que nos atendem diariamente, ainda assim acenar na rua quando ver um conhecido ou uma pessoa que simplesmente acenou pra você. Educação vem de berço. Aprendi isso da maneira mais cruel possível. E, infelizmente, como tantos professores meus já disseram em sala de aula: Educação de casa não se muda na escola. Ou em qualquer outro lugar, ela é praticamente imutável. Seria o mesmo que alguém chegar em mim e dizer "Esquece essa base que seus pais te passaram e passe a acreditar na minha". Você nunca vai dizer que seus pais estão errados, então seus valores se permanecem ali. Claro, tem situações que mudamos, e que muitas vezes somos forçados à mudar. E caso não mude, apenas acontece uma série de coisas ruins. Ou pelo menos era o que deveria acontecer.

Mas não, eu que tenho a base, a educação, os sentimentos verdadeiros é que estou aqui na série de coisas ruins. Cansei de olhar pra cima e perguntar pra Deus por que ele não me mata logo ao invés de me fazer passar por tanta coisa ruim. Eu sei, é horrível. Não é coisa que se pede à Deus. Mas eu o fiz. Por que no fundo todos nós sabemos que desistir de algo é cinco milhões de vezes mais fácil do que insistir. Mas a vida é um mar de insistências, e o botão de desistir não é algo fácil, como se aperta num jogo e o desliga. Ele pode desligar outras vidas também. Resumindo: Se um dia você pensar em se matar, saiba que ao fazer isso você matará todos ao seu redor também. E é sério isso. Só não digo que aprendi da pior maneira também por que estaria escrevendo esse post do além... E bem, ainda estou viva, pelo que sei.

E apesar de toda essa maré de bosta mole, eu estou aqui, escrevendo, vivendo um dia de cada vez, e notando que graças à essa base sentimental eu dou mais valor pras pessoas do que ao que tenho ou ao que conquisto. Meus pais sabem que mesmo parada como estou, sem estudar, sem trabalhar, eu preciso disso pelo que passei. Eles compreendem, eles dão esse tempo pra mim, por que acima de tudo eles me querem feliz, e não rica ou formada. E acho isso tremendamente foda. Que pai atualmente viraria pro filho e diria "Filho, você tem seu tempo, pense no que você quer pro futuro". São poucos pais não é mesmo? Mas deveriam ser todos. A gente pelo menos ainda teria um resquício daquela antiga "humanidade".

Só queria deixar claro pra todos e até pra mim mesma, e registrado aqui, pra eu sempre me lembrar... Que não foi errado eu viver meus sentimentos. Eu só confiei na pessoa errada, muito errada por sinal. Eu só me desesperei ao ver que estava sozinha num momento difícil. Mas o fato é que eu nunca estou sozinha... Meus amigos sempre me deram apoio, ouvem tanta coisa de mim. Meus pais mesmo como falei pra caramba deles. Até meus bichinhos de pelúcia que tem armazenados neles centenas das minhas lágrimas escondidas. Tenho que aprender a viver sozinha um pouco. Mesmo com toda essa dor... Tenho que aprender.

Finalizarei essa minha ladainha de um jeito muito "otaku", mas que é uma das frases que você pode colocar em QUALQUER momento da vida, que ela vai se encaixar, ela vai te ajudar a olhar por outro ângulo e principalmente ela vai te reerguer quando tudo estiver uma droga.
No tear que tece nossas vidas, não há pontas soltas. Todos os fios estão entremeados entre si e revestidos de significado.
Espero ter ajudado vocês em algo com esse desabafo tão chato de ser lido. A vida não é fácil. Mas mesmo que você não veja, tem sim pelo menos uma pessoa sempre te levantando, seja parente ou amigo, e é nessa pessoa que você tem que apoiar um pouco pra se reerguer. Pra quando, ela estiver lá embaixo, você ser o apoio dela também, certo? Vamos exercitar mais a humanidade. Vamos praticar o altruísmo. Vamos amar ao próximo... É o que o mundo verdadeiramente precisa. E é o que eu preciso também, atualmente.
Até a próxima!

Um comentário

Rafael disse...

Lindo Malú!
Seus pais são muito especiais, e saiba que a sua família te ama muito, inclusive eu. Não peça mais a Deus que ele acabe com sua vida, mesmo porque um dia eu ofereci a minha vida a ele para que ele poupasse a sua.
Um beijo no seu coração, eu te amo!