Essa carta é apenas o meu verdadeiro eu.
"Eu queria poder curar sua dor com a minha. Às vezes acho que ninguém sabe o que é viver o que eu vivi pra acabar de um jeito tão babaca e banal. Como se todos aqueles instantes fossem recuperar algo, ajudar em algo. E não vai. Memórias, momentos, pensamentos, horas gastas pensando à fio no futuro, em como seria bom o futuro. Quando, de repente, tudo o que você viveu parece uma simples música: Uma hora, por melhor que ela seja, ela acaba. E quando acaba, ela te deixa no vácuo, no silêncio. E por mais que você tente, mesmo que ela tenha sido o melhor momento da sua vida, ela não vai voltar nunca da mesma maneira em seu coração. Nunca. E você além de perder quem mais amava, perde à si mesmo, perde a fé, a coragem, perde a esperança, e aí tudo parece um efeito dominó, onde a primeira maldita peça era aquela pessoa, e aí seu mundo inteiro em questão de segundos desaba, e justamente no momento em que você recupera, tudo cai novamente. Acho que, melhor do que ninguém, eu sei o que é se reerguer, reerguer seu mundo, o mundo do seu amigo, da sua mãe, da pessoa que lá no passado já te amou mais que a própria vida... E ter que fazer isso inúmeras vezes, mais do que você imagina que seja possível. E quando vejo alguém na mesma situação que eu, só consigo compreender mais do que tudo e tentar ajudar. Querendo ou não, a melhor forma de recuperação é se amar... Ou amar outro alguém, outro alguém que te mereça. E que talvez cometa o mesmo erro de amar mais você do que à si mesmo.
Só quero nosso bem.
Só quero seu bem."
Até mais.
